
Matcha se torna mais raro e caro com a escassez provocada por ondas de calor e mudanças climáticas
O tradicional chá verde japonês matcha, conhecido por seu sabor intenso e benefícios para a saúde, está enfrentando uma crise de produção em 2025. Agricultores da região de Uji, no Japão — considerada o berço do matcha de alta qualidade — relatam uma queda de até 25% na colheita devido às temperaturas atipicamente elevadas nos últimos meses.
A demanda global por matcha continua em alta, especialmente na Europa, América do Norte e Brasil, onde consumidores buscam bebidas funcionais, antioxidantes e alternativas ao café. No entanto, o clima extremo no Japão tem afetado diretamente a qualidade das folhas de chá, o que está gerando um desequilíbrio preocupante entre oferta e procura.
O que está acontecendo nas plantações japonesas
Nas plantações de Uji, a primavera mais quente já registrada acelerou o crescimento das folhas de chá antes do período ideal de sombreamento — uma técnica crucial para o desenvolvimento da clorofila e do sabor do matcha. Isso resultou em folhas mais amargas, menos vibrantes e com menor teor nutricional.
Segundo produtores locais, o impacto climático afeta diretamente as variedades premium, que são as mais exportadas. A consequência imediata está sendo a alta nos preços e o aumento da pressão sobre agricultores para manter a qualidade diante de condições cada vez mais imprevisíveis.
Consumo global em alta, especialmente no Brasil
No Brasil, o matcha ganhou espaço em cafeterias, empórios naturais e até em receitas fitness nas redes sociais. A busca por termos como “chá matcha benefícios” e “onde comprar matcha original” teve crescimento significativo nos últimos 12 meses.
A combinação entre funcionalidade (concentração de antioxidantes e L-teanina) e estética (cor verde vibrante, ideal para fotos e stories) consolidou o matcha como um dos chás mais populares entre jovens e adultos conscientes da saúde.
Alternativas naturais ao matcha
Diante da alta nos preços e da possível escassez no segundo semestre de 2025, especialistas sugerem explorar outras opções de chás com propriedades semelhantes, como:
- Chá verde Sencha – também japonês, mais acessível e levemente adstringente.
- Chá branco – com perfil antioxidante semelhante.
- Chá de erva-mate – energético natural e com origem sul-americana.
- Chá azul (Butterfly Pea) – visualmente atraente e com compostos antioxidantes.
O futuro do matcha e da agricultura de chá
Este cenário de escassez mostra como as mudanças climáticas estão impactando diretamente cultivos tradicionais ao redor do mundo. Para o futuro do matcha, soluções tecnológicas como sombreamento artificial e estufas inteligentes estão sendo discutidas, mas ainda são de alto custo.
No Brasil, onde o consumo está em expansão, essa situação pode abrir portas para a produção nacional experimental e o fortalecimento de parcerias com países produtores secundários, como Taiwan e Vietnã.
Leia Também: Reuters
Conclusão
Com a alta na demanda e a queda na produção, o matcha entra em um momento decisivo em 2025. Se por um lado seu valor cultural e nutricional segue em alta, por outro, o clima coloca em xeque sua disponibilidade.
Consumidores, produtores e distribuidores terão de se adaptar, buscando soluções sustentáveis e novas alternativas para manter o equilíbrio entre prazer, saúde e acessibilidade.